centro administrativo de minas gerais

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

A Liderança Segundo Maquiavel prefácio do livro

Prefácio




  
L
iderança é assunto de suma importância nas organizações, sejam elas públicas ou privadas. Desde o mais alto escalão, como a chefia de uma Nação, por exemplo, passando por ministérios e autarquias, governos estaduais e municipais, segundos e terceiros escalões, todos vivem um dilema crucial: identificar, nomear ou eleger quem que possa liderar as pessoas, nos diversos níveis, de maneira adequada, rumo ao objetivo maior da empresa.




As corporações privadas, tanto as de maior envergadura, como as multinacionais e as grandes empresas nacionais, passando por companhias de médio porte, até chegar às pequenas empresas, todas têm o mesmo desafio: recrutar pessoas no mercado, contratá-las e treiná-las para que possam liderar, de maneira adequada; da cúpula aos escalões menores.      

A principal proposta do presente trabalho, é fazer uma reflexão sobre as ações dos “príncipes”, ou seja, dos líderes que possam comandar as organizações. Pretendo, aqui, identificar as melhores atitudes, práticas e competências para torná-los aptos e eficazes no cumprimento de seu dever de gestor organizacional.

Desenvolvido com base na teoria da liderança de Nicolau Maquiavel, tratada em seus vários trabalhos, particularmente na obra O Príncipe, escrita no início do século XVI, por volta de 1512, este trabalho tem como propósito apresentar um modelo de liderança que seja eficaz para as organizações alcançarem seus objetivos.    





Ao utilizar o termo “objetivos”, penso em duas premissas básicas: a primeira prevê a continuidade próspera, lucrativa, das organizações privadas; e, institucionalmente, a continuidade segura e estável das organizações públicas. A segunda premissa leva em conta que as organizações precisam cumprir seu papel social e a finalidade para a qual foram criadas, ou seja, devem atender às necessidades de seu público-alvo.

Tendo em vista essas premissas básicas, é função, obrigação e responsabilidade do líder cumprir esses compromissos, agindo e fazendo o necessário para alcançar suas metas, que só podem ter como fator limitador os melhores princípios éticos, que devem sempre nortear suas ações. Entretanto, como bem destaca o filósofo Sócrates, em diálogo com Eutidemo narrado por Xenofontes na obra Ditos e feitos Memoráveis de Sócrates, “a justiça e a injustiça dependem das circunstâncias”.

No diálogo supracitado, Sócrates defende que um general que usar de maus tratos, ou for excessivamente rigoroso com os inimigos, com o objetivo de salvar uma cidade da escravidão, estaria agindo com justiça, pois, nesse caso, o mal maior é deixar os invasores subjugarem o povo atacado.



Nesse sentido, um primeiro embate ético deve ser travado aqui, pois a teoria de Nicolau Maquiavel é interpretada de diversas formas, muitas delas errôneas. O termo Maquiavelismo, por exemplo, é associado à ideia de que para o autor “os fins justificam os meios”.

Ao longo da história, essa frase acabou ganhando um sentido pejorativo, provavelmente por ter sido aplicada inadequadamente por pessoas sem compromisso ético, simbolizando ela atitudes de “esperteza”, usadas para enganar as pessoas.





Mas, um estudo da obra O Príncipe aponta que a intenção de Maquiavel foi apresentar os fatos e comportamentos da natureza humana segundo suas fraquezas e defeitos; e orientar os líderes a levar em conta essa realidade, com o propósito de manter a ordem e evitar o colapso e a anarquia no Estado.                  

Se analisarmos o comportamento e as atitudes de líderes que obtiveram sucesso ao longo da história, verificaremos que, em alguma medida e em certo sentido; eles souberam usar os padrões de comportamentos ensinados na obra O Príncipe; por outro lado, os que fracassaram negligenciaram os ensinamentos ali contidos.

A história está repleta de exemplos de luta pelo poder nos quais vence não aquele que tem as melhores intenções políticas, sociais e organizacionais, mas, sim, quem sabe melhor utilizar as estratégias mais eficazes para conquistar e manter o poder. Muitos ditadores célebres, como Hitler e Stalin, que causaram grandes males a seus povos e à humanidade, estão nessa categoria.

Um exemplo a ser citado, é a disputa pelo poder na União Soviética ocorrida após a morte de Lênin, lider da revolução bolchevique, em 1924: o conflito girou em torno de dois membros do partido comunista; o primeiro foi Leon Trotsky, segundo homem da “Revolução de Outubro (cuja habilidade militar durante a guerra civil russa lhe rendeu grande prestígio); e o segundo foi Josef Stalin, Secretário-Geral do Partido Comunista da URSS depois de 1922 (o qual desempenhou um papel insignificante durante a Revolução).

Stalin levou a melhor, pois soube utilizar estratagemas, subterfúgios, intrigas, mentiras e traições, para manipular a burocracia e o parlamento russo. Consta que através de uma rede de espiões, ele chegou até mesmo a interceptar uma carta de Lenin, que, gravemente enfermo após sofrer um derrame – e incapaz de governar o pais –, indicava Trotsky como seu sucessor. Stalin teve, assim, sua posição consolidada.





Em seguida, perseguiu, expulsou e assassinou praticamente todos os desafetos e ex-companheiros de revolução que lhe faziam oposição. Embates acontecem também nas organizações, permeando toda a cadeia de comando. 

Apesar de o assunto não ser tratado abertamente nas escolas de administração e nos documentos oficiais, na prática intrigas entre profissionais, chefes e subordinados, dentro de empresas públicas e privadas, ocorrem com muita frequência e provocam graves danos às organizações. Quando essas relações não são administradas adequadamente, provocam situações de assédio moral, geram desmotivação, desunião e perda de rendimento da equipe. Só mesmo uma liderança eficaz pode resolver a questão.  
Um bom exemplo de líder pragmático no mundo corporativo é o lendário Alfred Sloan Jr., que dirigiu durante 23 anos a General Motors, uma das maiores empresas do mundo. Sloan praticamente inventou a arte de administrar uma grande corporação. Quando entrou na empresa, na década de vinte, a GM era um verdadeiro caos, uma frouxa federação de empresas dirigidas pelos ex-proprietários, um emaranhado de negócios dispersos e desordenados. Endividada e com a produção à beira do colapso, a General Motors quase foi à falência naquela época.
Em 1923, Sloan assumiu a presidência da empresa e com pulso firme criou as divisões corporativas. A organização, sob seu comando, passou a ser controlada por orçamentos, sistemas de contratação, relatórios de venda e administração centralizada. Entretanto, para garantir a motivação e a criatividade nas divisões que compunham a empresa, a autonomia relativa teve que ser mantida. Seu maior desafio foi controlar e liderar cada um dos “chefetes” – que até pouco tempo antes eram os donos da empresa e dirigiam as divisões da GM –, e fazê-los trabalhar em equipe, sintonizados com a administração central.




Outro exemplo de líder eficaz, mas não necessariamente virtuoso do ponto de vista de sua humanidade, foi Napoleão Bonaparte. Ele soube, como poucos, manter um comando firme e, ao mesmo tempo, motivar e estimular seus comandados. Napoleão, que é considerado o maior general da história, tinha fama de disciplinador e era extremamente cruel com seus desafetos. Essa atitude sempre lhe trouxe ótimos resultados, pois, ao mesmo tempo em que era temido e respeitado por todos, era também admirado por seus liderados, em função das conquistas alcançadas e de seu carisma pessoal.
Sun Tzu, general e pensador chinês, – que viveu entre os anos 544 e 446 a.C, ou seja, há quase 25 séculos –, em seu livro A Arte da Guerra, também apresenta uma série de conselhos que são estudados e respeitados por líderes empresariais da atualidade. Na mesma linha de sugestões de Maquiavel, Sun Tzu afirma:
“Se, entretanto, você for tolerante, mas incapaz de fazer sentir sua autoridade; bondoso, mas incapaz de fazer cumprir seu comando; e, além de tudo, incapaz de controlar a desordem; então seus soldados serão como filhos mimados, serão inúteis para qualquer propósito prático”.    
Para efeito da análise de um modelo eficaz de liderança, vou recorrer, também, a um dos melhores estudos sobre a liderança eficaz, realizado por Peter Drucker, autor do livro O Gerente Eficaz (Zahar Editores, 1981). Segundo Drucker, considerado o mais importante estudioso da competência gerencial do século XX, não existe uma "personalidade eficaz" entre os profissionais de sucesso. O que existe é um conjunto de práticas que geram resultados eficazes entre os profissionais, qualquer que seja seu ramo de atividade.
A teoria da liderança, de Maquiavel, e o emprego da experiência de diversos pensadores políticos, empresariais e de outras áreas; podem nos ensinar as melhores práticas de liderança. A partir delas, vou procurar desenvolver e apresentar um modelo de ação que possa ser utilizado com eficácia nas atuais organizações, pois o objetivo aqui é identificar as práticas e as atitudes que tornam um líder eficaz.  

Ari Lima


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quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Liderança Segundo Maquiavel lançamento de livro

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E
ste livro apresenta de maneira clara muitas das ideias defendidas pelo grande pensador Nicolau Maquiavel sobre a liderança, no contexto empresarial da atualidade.

Além disso, faz um relato histórico do papel de diversas personagens que se tornaram lideres em seu tempo, mostrando sucessos, fracassos e o motivo de cada um segundo as teses do pensador florentino.

Personagens políticas como Napoleão; Martin Luther King; Stalin; Trotsky; Rasputin; Getúlio Vargas; Janio Quadros e João Goulart; são abordadas à luz dessa clássica teoria sobre a liderança. Também a atuação de líderes empresariais como Lee Iacocca, Alfred Sloan, Andrew Carnegie e Steve Jobs é discutida.

Ao mesmo tempo em que a obra lida com as muitas vezes polemicas opiniões de Maquiavel, este livro busca dar-lhes novo fôlego projetando-as sobre a rotina empresarial; comparando-as com a opinião de especialistas em administração, como Peter Drucker, Cham Kim e outros.

O resultado é uma fascinante abordagem que, sem apresentar uma fórmula definitiva para a liderança, procura contribuir com as empresas e instituições nos dias atuais.

sábado, 24 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE FINAL DE ANO - MAY WAY - FRANK SINATRA





Você Fez do Seu Jeito

Agora, que o fim do ano está próximo, é hora de fazer uma reflexão sobre nossas vidas...

Por que você não encara o desafio de expor o seu caso a você mesmo?

Você pode ter vivido uma vida cheia de acontecimentos...

Pode ter viajado por muitas estradas

e trilhado muitos caminhos...

Mas, todas as escolhas e decisões

Você Fez do seu jeito.

Certamente você teve muitos arrependimentos...

Mas você sabe que fez o que tinha de fazer.

Talvez você tenha planejado algumas ações, cuidadosamente,

e outras, simplesmente, Você fez do seu jeito.

Houve momentos em que você teve certeza do que fazia...

Outras vezes, você mordeu mais do que podia mastigar.

Você também teve muitas dúvidas e até teve de cuspir fora o que engoliu...

Mas não se esqueça de que você encarou as dificuldades

e foi obrigado a continuar de pé.

Você teve que assumir as consequências...

Porque você fez do seu jeito

Você certamente amou, sorriu e chorou...

Teve suas falhas e sua parte de derrotas...

E, depois das lágrimas, talvez você tenha achado tudo  muito divertido...

Quando você se lembrar de que fez tudo que fez, talvez você diga que teve um pouco de medo...

Mas,  você não deve pensar assim,

 porque você fez do seu jeito.

Para que servem as conquistas de uma pessoa?

Se você não teve  coragem de ser você mesmo,

não terá valido a pena...

Você deve dizer o que sente, de verdade, e não apenas as palavras que soam bem...

No final, as lembranças vão mostrar que você recebeu muitas pancadas ... mas..., valeu a pena,  porque

Você fez tudo do seu jeito




Este texto é uma  interpretação livre do consultor ARI LIMA
Para a música My Way
Letra – Paul Anka
Interpretação – Frank Sinatra

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ciclo de palestras promove soluções para cidades inteligente

Ciclo de palestras promove soluções para cidades inteligentes

No próximo dia 14, o Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro recebe o ciclo de palestras Soluções para Cidades Inteligentes, com a participação de Guruduth Banavar, vice-presidente da IBM para Smarter Cities, e Ulisses Mello, cientista e pesquisador doLaboratório de Pesquisa da IBM no Brasil. A atividade é aberta ao público.   
Durante o evento, os palestrantes falarão sobre as soluções e a visão da IBM para transformar o atual ambiente urbano em uma cidade inteligente. Às 14 horas, Banavar ministra palestra sobre Soluções para Cidades Inteligentes – Como a infraestrutura das cidades deve estar preparada para os desafios dos próximos anos? Às 16 horas, Mello fala sobre o sistema de Previsão Meteorológica de Alta Resolução (PMAR) – uma solução desenvolvida pela IBM para a cidade do Rio de Janeiro na área de previsão meteorológica. 

Soluções inteligentes para BH

Sebrae-MG vai preparar pequenos negócios para desenvolver produtos que melhorem mobilidade urbana na capital



Cerca de 100 empresários dos setores de TI, design e engenharia participaram do lançamento do Projeto Smart City BH. A iniciativa promovida pelo Sebrae-MG estimula o desenvolvimento de soluções tecnológicas que melhorem a mobilidade urbana na capital mineira e criam oportunidades de negócios para as micro e pequenas empresas.
O conceito de Smart City (“cidade inteligente”) – uso da tecnologia para a melhoria da qualidade de vida da população – , já vem sendo aplicado em várias cidades da Europa, Estados Unidos e Ásia. Rede de sensores, análise de dados, dispositivos integrados, sistemas de controle, plataformas de comunicação e serviços via web, que garantam praticidade e segurança nos serviços de mobilidade são alguns dos exemplos de uma infraestrutura inteligente.
No Brasil, com a aproximação dos eventos esportivos que acontecerão até 2016, o Sebrae-MG pretende estimular os pequenos negócios a criarem produtos e serviços que minimizam os problemas gerados pelo trânsito e facilitam o acesso às informações turísticas online tanto para o turista como para o cidadão. “Precisamos desenvolver soluções de mobilidade que melhorem o bem-estar dos cidadãos, sejam sustentáveis e criem diferenciais para atrair mais turistas”, explica o diretor Superintendente do Sebrae-MG, Afonso Maria Rocha.
O projeto integra as ações do Programa Sebrae 2014, que pretende preparar os pequenos negócios para as oportunidades que serão criadas com a Copa. Inicialmente, 40 empresas de Belo Horizonte irão participar da iniciativa. O Sebrae-MG fará um diagnóstico sobre esse mercado na capital mineira e irá elaborar um plano de ação para atuação das empresas. A iniciativa tem o apoio do Governo de Minas e da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
Experiência
De olho nesse mercado, Eduardo Amorim, da Logann já vem atuando neste segmento. A empresa cria sistemas para melhor a gestão do trânsito e do transporte. Eles desenvolveram uma solução para a Prefeitura de BH na qual o usuário do transporte urbano liga para o número 156 e tem todas as informações sobre localização, rota e o tipo de transporte a ser usado. Agora, o desafio é melhorar ainda mais o serviço e disponibilizar o sistema em inglês e em espanhol, já pensando na Copa.
Para Eduardo, o projeto dará mais oportunidades de negócios para as pequenas empresas e facilitará a troca de experiências. “O projeto cria condições de atingirmos grandes mercados com foco na inovação, o que seria difícil se estivéssemos sozinhos”, conta.
Setor Smart City no mundo
- Estima-se que o mercado de soluções inteligente para as cidades já é de aproximadamente US$ 1,2 trilhão.
- US$ 37 trilhões serão investidos pelas cidades nos próximos 25 anos em soluções de inteligência urbana.
- Nos próximos 10 anos serão investidos cerca de US$ 100 bilhões em tecnologia para apoiar o desenvolvimento de cidades inteligentes.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias

Soluções inteligentes para BH

Soluções inteligentes para BH

01/09/2011 - Sebrae-MG vai preparar pequenos negócios para desenvolver produtos que melhorem mobilidade urbana na capital

Por Aline Assumpção
No dia 25 de agosto, mais de 100 empresários dos setores de TI, design e engenharia participaram do lançamento do Projeto Smart City BH. A iniciativa promovida pelo Sebrae-MG estimula o desenvolvimento de soluções tecnológicas que melhorem a mobilidade urbana em Belo Horizonte e criam oportunidades de negócios para as micro e pequenas empresas.

O conceito de Smart City (“cidade inteligente”) uso da tecnologia para a melhoria da qualidade de vida da população, já vem sendo aplicado em várias cidades da Europa, Estados Unidos e Ásia. Rede de sensores, análise de dados, dispositivos integrados, sistemas de controle, plataformas de comunicação e serviços via web, garantem praticidade e segurança nos serviços de mobilidade para uma infraestrutura inteligente


Com a aproximação dos eventos esportivos que acontecerão no Brasil até 2016, o Sebrae-MG deseja estimular as pequenas empresas a criarem produtos e serviços que minimizam os problemas gerados pelo trânsito e facilitam o acesso às informações turísticas online tanto para o turista como para o cidadão.  “Precisamos desenvolver soluções de mobilidade que melhorem o bem-estar dos cidadãos, sejam sustentáveis e criem diferenciais para atrair mais turistas”, explica o diretor Superintendente do Sebrae-MG, Afonso Maria Rocha.

O projeto integra as ações do Programa Sebrae 2014, que pretende preparar os pequenos negócios para as oportunidades que serão criadas com a Copa. Inicialmente, 40 empresas de Belo Horizonte irão participar da iniciativa. O Sebrae-MG fará um diagnóstico sobre esse mercado na capital mineira e irá elaborar um plano de ação para atuação das empresas. A iniciativa tem o apoio do Governo de Minas e da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.


Setor Smart City no mundo

- Estima-se que o mercado de soluções inteligente para as cidades já é  de aproximadamente US$ 1,2 trilhão.
- US$ 37 trilhões serão investidos pelas cidades nos próximos 25 anos em soluções de inteligência urbana.
- Nos próximos 10 anos serão investidos cerca de US$ 100 bilhões em tecnologia para apoiar o desenvolvimento de cidades inteligentes.
Fonte: Sebrae MG

Nascem as cidades inteligentes

No Brasil, ainda estamos na fase de lutar contra o trânsito, as enchentes e os apagões. Mas vários países já começam a materializar as chamadas cidades inteligentes



Luciene Antunes e Nicholas Vital, da EXAME
James Whitlow Delano/Latinstock

Cidade de Songdo, na Coreia do Sul: projetada para ser a cidade tecnologicamente mais avançada do país, teve seu custo de construção estimado em 35 bilhões de dólares
Enquanto no Brasil a população e as autoridades se debatem com desafios como tentar diminuir as horas que são perdidas no trânsito ou como evitar as tragédias causadas pelas chuvas, um grupo de cidades no mundo alcançou um patamar bem mais elevado de discussão. São lugares que estão sendo erguidos do zero ou metrópoles que já implantaram soluções urbanísticas que hoje são referência no tema cidades do futuro.

Numa delas, em Songdo, na Coreia do Sul, será possível “ir” ao médico ou à escola sem sair de casa. Em King Abdullah, na Arábia Saudita, todos os serviços públicos funcionarão 24 horas por dia e qualquer processo não levará mais do que 60 minutos para ser resolvido.

A cidade-estado de Singapura é literalmente ilhada diante de uma das maiores densidades demográficas do mundo. Mas evoluiu tanto nas soluções para seus dilemas — como eliminar os congestionamentos ou se tornar autossuficiente em água potável — que hoje seu governo virou uma espécie de consultor para outras cidades no mundo que querem ser mais inteligentes.

Esses projetos urbanísticos inovadores são alguns dos exemplos que surgiram nos últimos anos para uma adequação ao fato de que a maioria das pessoas vai se aglomerar cada vez mais em cidades. “Os velhos modelos urbanos não são mais sustentáveis”, diz Ryan Chin, pesquisador do Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos. “As cidades inteligentes e os novos modelos que elas estabelecem devem nortear o crescimento nos próximos anos.”

As cidades inteligentes são comunidades que lançam mão do que há de mais moderno em recursos tecnológicos e arquitetônicos como resposta aos desafios impostos pelo adensamento populacional. A ideia é criar ambientes sustentáveis, eficientes, com alto grau de conectividade e, consequentemente, com excelentes níveis de qualidade de vida.

Em um curto espaço de tempo, o conceito de cidades inteligentes extrapolou os meios acadêmicos e o plano da utopia para virar uma nova e lucrativa indústria. De escritórios de design, arquitetura e urbanismo a grandes corporações dos setores de tecnologia e serviços, muitas empresas já possuem unidades de negócios exclusivamente destinadas a pensar nesse tipo de solução. Siemens, IBM, GE, Cisco, entre outras, são algumas das multinacionais que oferecem um volume crescente de projetos, produtos e serviços.

Estima-se que o mercado de soluções inteligentes para cidades já seja de cerca de 1,2 trilhão de dólares. De acordo com um estudo recente da consultoria de gestão Booz&Co., as cidades no mundo devem investir cerca de 37 trilhões de dólares nos próximos 25 anos para modernizar e expandir a infraestrutura.

Não faltam investidores e governos dispostos a aplicar dinheiro no setor. Na Coreia do Sul, já está parcialmente pronta o que será sua cidade mais inteligente, Songdo. O projeto, avaliado em mais de 35 bilhões de dólares, tem conclusão prevista para 2014. A empreiteira americana Gale se comprometeu a construir toda a cidade em troca dos direitos de exploração dos imóveis.

Coube à Cisco, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, desenvolver as soluções inteligentes que facilitarão a vida dos futuros moradores de Songdo. As redes de telefonia e internet são de última geração e permitirão conexões a velocidades inimagináveis para os padrões brasileiros.

O grande destaque fica por conta de um inovador sistema de telepresença — disponível em todos os apartamentos e salas comerciais — que permite que os moradores façam consultas médicas, assistam a aulas ou participem de reuniões de trabalho sem sair de casa e, portanto, sem pressionar o trânsito ou os sistemas de transporte. “O avanço tecnológico leva a um salto incrível na qualidade de vida”, afirma Paulo Abreu, diretor de inovação da Cisco para a América Latina.

Uma das principais características das cidades inteligentes é a sustentabilidade. Entre os exemplos nesse quesito está a ambiciosa Masdar, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes. A cidade deve ser a primeira 100% livre de emissões de dióxido de carbono. Com uma área de 6 quilômetros quadrados e uma população prevista de 40 000 habitantes, Masdar quer ser um laboratório para experimentos com o uso racional da energia.

No início de março, o premiê espanhol José Luis Zapatero esteve na cidade para observar os progressos já alcançados. Os governos dos Emirados Árabes e da Espanha firmaram acordos de cooperação no setor de energia. “Masdar é um dos principais centros mundiais de pesquisa em energias renováveis”, disse Zapatero.

Nem tudo sobre cidades inteligentes se refere a territórios tão futurísticos. As aglomerações urbanas são como organismos vivos e desenvolvem novas necessidades constantemente. O que hoje se convenciona incluir no campo das cidades inteligentes são formas de pensar a vida urbana e o uso das tecnologias que, em alguma medida, sempre estiveram entre as preocupações dos especialistas em urbanismo.

O verdadeiro — e mais importante — desafio é transformar as metrópoles tradicionais em ambientes mais inteligentes. “É muito mais difícil implantar um sistema complexo como o de Songdo ou Masdar numa cidade como São Paulo. Mas a tecnologia pode servir de base para projetos menos sofisticados”, diz Paulo Abreu, da Cisco. Realmente, ainda estamos em outro patamar. Mas não custa começar — já — a mirar o que há de mais inovador. Afinal, mais dia, menos dia, esse futuro terá de chegar também por aqui.